O número de migrantes indocumentados que chegam à Grã-Bretanha depois de cruzarem o Canal da Mancha em pequenos barcos este ano ultrapassou os 30.000, mostraram ontem estatísticas provisórias.

Os números surgem num momento em que o novo governo trabalhista – tal como o seu antecessor conservador – luta para reduzir as chegadas, apesar da promessa pré-eleitoral do primeiro-ministro Keir Starmer de “esmagar” os grupos criminosos que as facilitam.

Cerca de 30.431 migrantes chegaram às costas do sudeste da Inglaterra depois de cruzarem o norte da França em 2024, de acordo com o Ministério do Interior.

Seguem-se 564 pessoas que chegaram em 12 barcos na quarta-feira, elevando a contagem de Outubro até agora para quase 5.200 – um dos maiores totais mensais já registados.

No ano passado, registaram-se quase 30.000 chegadas, um número inferior ao recorde de 45.774 que fizeram a perigosa viagem através de uma das rotas marítimas mais movimentadas do mundo em 2022.

Detê-los foi uma questão fundamental nas eleições gerais britânicas de Julho.

O partido anti-imigração Reform UK, líder do Brexit, Nigel Farage, fez campanha quase exclusivamente sobre a questão e obteve cerca de quatro milhões de votos – um resultado sem precedentes para um partido de extrema direita.

Poucos dias depois de assumir o poder, Starmer descartou o controverso esquema dos conservadores de enviar migrantes para centros de detenção no Ruanda, comprometendo-se a desmantelar as operações dos contrabandistas de pessoas.

Um antigo chefe da polícia, Martin Hewitt, foi nomeado para liderar o novo Comando de Segurança das Fronteiras do Reino Unido, que se concentrará na questão.

Dezenas de migrantes morreram tentando chegar à costa britânica em botes de borracha sobrecarregados este ano, inclusive na quarta-feira.

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