Uma equipe de equipes de resgate turcas iniciou ontem uma busca aprofundada na infame prisão de Saydnaya, na Síria, disse à AFP um porta-voz da agência turca de gestão de desastres AFAD.
Localizada a norte de Damasco, a prisão tornou-se um símbolo das violações dos direitos do clã Assad, especialmente desde que a guerra civil síria eclodiu em 2011.
Os prisioneiros detidos dentro do complexo, que foi palco de execuções extrajudiciais, torturas e desaparecimentos forçados, foram libertados no início da semana passada pelos rebeldes que depuseram o homem forte sírio Bashar al-Assad em 8 de dezembro.
A AFAD disse ter enviado uma equipe de quase 80 pessoas para conduzir uma operação de busca e resgate para “encontrar pessoas que se acredita estarem presas na prisão militar de Sadnaya”, com seu diretor devendo dar uma entrevista coletiva fora da prisão sobre sua missão. disse o porta-voz Kubilay Ozyurt à AFP.
Acredita-se que o complexo desça vários níveis subterrâneos, alimentando a suspeita de que mais prisioneiros possam estar mantidos em celas ocultas ainda não descobertas.
Mas a Associação de Detidos e Pessoas Desaparecidas da Prisão de Saydnaya (ADMSP) acredita que os rumores são infundados.
A AFAD disse que a equipe, especializada em operações “pesadas” de busca e salvamento urbano, trabalharia com “dispositivos avançados de busca e salvamento”, informou a agência de notícias estatal Anadolu.
O complexo prisional foi minuciosamente revistado pelos trabalhadores de emergência dos Capacetes Brancos da Síria, mas eles encerraram as suas operações na terça-feira passada, dizendo que não conseguiram encontrar mais prisioneiros.
As equipes de resgate abriram buracos nas paredes para investigar rumores de níveis secretos que abrigavam prisioneiros desaparecidos, mas não encontraram nada, deixando milhares de famílias desapontadas – seus parentes provavelmente estão mortos e talvez nunca sejam encontrados.
A ADMSP disse que os rebeldes libertaram mais de 4.000 prisioneiros de Saydnaya, que a Amnistia Internacional descreveu como um “matadouro humano”.
A organização, com sede no sul da Turquia, acredita que mais de 30 mil prisioneiros morreram ali em consequência de execuções, tortura, fome ou falta de cuidados médicos entre 2011 e 2018.