Os principais diplomatas dos EUA e do Reino Unido prometeram ontem trabalhar juntos pela vitória da Ucrânia enquanto discutiam mais flexibilização das regras sobre disparos de armas ocidentais contra a Rússia, cuja suposta aquisição de mísseis iranianos levantou novos temores.
Em uma rara viagem conjunta, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, pegou o trem de nove horas da Polônia para Kiev ao lado do secretário de Relações Exteriores, David Lammy, cujo governo trabalhista de dois meses prometeu manter o papel da Grã-Bretanha como defensora fundamental da Ucrânia.
Em conversas tripartites com seu colega ucraniano, Blinken disse que a visita enviou uma “mensagem forte de que estamos comprometidos com o sucesso da Ucrânia, comprometidos com a vitória da Ucrânia”.
Lammy também prometeu apoio britânico até que a guerra do “imperialismo e agressão russos chegue ao fim” e chamou os ataques que mataram ucranianos de “horríveis, bárbaros, inacreditáveis”.
“A única pessoa que ganha com a sensação de que não estamos juntos” é o presidente russo, Vladimir Putin, disse Lammy.
A viagem acontece em um momento difícil para a Ucrânia, com a Rússia avançando no principal centro logístico de Pokrovsk, na região oriental de Donetsk, e um mês após Kiev ter lançado uma contra-ofensiva de choque na região russa de Kursk.
O presidente Volodymyr Zelensky intensificou seus pedidos ao Ocidente nos últimos meses para fornecer armas com mais poder de fogo e menos restrições.
O presidente dos EUA, Joe Biden, quando questionado em Washington se deixaria a Ucrânia usar armas de longo alcance para ataques a alvos russos, disse: “Estamos trabalhando nisso agora”.
Biden, embora apoie fortemente a Ucrânia, já deixou claro que quer evitar um conflito direto entre os Estados Unidos e a Rússia, as duas maiores potências nucleares do mundo.
Blinken, falando terça-feira em Londres ao lado de Lammy, disse que os Estados Unidos estão comprometidos em fornecer à Ucrânia “o que eles precisam quando precisam para serem mais eficazes ao lidar com a agressão russa”.
Questionado sobre como Moscou responderia a tal acontecimento, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse aos repórteres na quarta-feira que a resposta “será apropriada”, sem fornecer detalhes específicos.
Ele disse que a autorização de ataques ucranianos em território russo serviria como “mais uma prova” do motivo pelo qual Moscou lançou sua ofensiva, o que, segundo ele, era uma “resposta” ao apoio do Ocidente à Ucrânia.