A agricultura insustentável e a desflorestação estão a ameaçar a capacidade do planeta de sustentar as sociedades humanas, alertou ontem a ONU, na véspera das conversações internacionais sobre a degradação dos solos e a desertificação.
A perda de florestas e a degradação dos solos estão a reduzir a resiliência às alterações climáticas e à perda de biodiversidade, criando ciclos de retroalimentação negativa e conduzindo o mundo para um perigoso “precipício”, afirmaram cientistas num relatório divulgado em conjunto com a Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCCD).
Acontece num momento em que se espera que quase 200 nações se reúnam hoje na Arábia Saudita para a cimeira da ONU sobre desertificação, encarregada de expandir os esforços de restauração para restaurar 1,5 mil milhões de hectares de terras degradadas nesta década. Espera-se que a reunião seja a maior conferência sobre terras até à data e surge na sequência de uma série de duras negociações da ONU sobre clima, biodiversidade e plásticos.
“Se não reconhecermos o papel fundamental da terra e não tomarmos as medidas adequadas, as consequências repercutirão em todos os aspectos da vida e estender-se-ão ao futuro, intensificando as dificuldades para as gerações futuras”, disse o chefe da UNCCD, Ibrahim Thiaw.