O Kremlin disse ontem que a Rússia estava ajustando sua doutrina nuclear porque os Estados Unidos e seus aliados ocidentais estavam ameaçando a Rússia ao intensificar a guerra na Ucrânia e atropelar os legítimos interesses de segurança de Moscou.
A Rússia, a maior potência nuclear do mundo, está fazendo mudanças em sua doutrina nuclear — que define as circunstâncias sob as quais Moscou usaria tais armas — devido ao crescente apoio do Ocidente à Ucrânia, que a Rússia invadiu em 2022.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, na explicação mais detalhada de Moscou até o momento, vinculou a medida diretamente às “ameaças” criadas pelo Ocidente e culpou os Estados Unidos por destruir a arquitetura de segurança pós-Guerra Fria da Europa.
O Ocidente, disse Peskov, rejeitou o diálogo com a Rússia e adotou uma linha de ataque contra seus interesses de segurança, ao mesmo tempo em que alimentava “a guerra quente na Ucrânia”.
“São os Estados Unidos os responsáveis pelo processo de provocação de tensão”, disse Peskov.
O Kremlin disse ontem que a Rússia estava ajustando sua doutrina nuclear porque os Estados Unidos e seus aliados ocidentais estavam ameaçando a Rússia ao intensificar a guerra na Ucrânia e atropelar os legítimos interesses de segurança de Moscou.
A atual doutrina nuclear publicada pela Rússia, estabelecida em um decreto de 2020 pelo presidente Vladimir Putin, diz que a Rússia pode usar armas nucleares em caso de um ataque nuclear por um inimigo ou um ataque convencional que ameace a existência do estado.
A Rússia e os Estados Unidos são de longe as maiores potências nucleares do mundo, detendo cerca de 88% das armas nucleares do mundo.
À medida que a Rússia, que agora controla 18% da Ucrânia, avança, Kiev tem pedido repetidamente mais armas ocidentais e permissão para usar armas de longo alcance fornecidas pelo Ocidente em seus ataques dentro do território russo.
Os EUA estão perto de um acordo para dar à Ucrânia mísseis de cruzeiro de longo alcance que podem atingir profundamente a Rússia, mas Kiev precisaria esperar vários meses enquanto os EUA resolvem questões técnicas antes de qualquer remessa, disseram autoridades americanas.
Peskov disse que era óbvio que a Ucrânia passaria a atacar alvos no interior da Rússia com armas ocidentais.