O Ministério da Moral do governo Talibã disse que não cooperaria com a missão das Nações Unidas no Afeganistão, chamando-a de “lado oposto”.
O anúncio foi feito depois que a missão da ONU (UNAMA) alertou que uma nova lei de moralidade — que exige que as mulheres se cubram completamente e não levantem a voz — prejudicaria as perspectivas de engajamento com a comunidade internacional.
O Ministério Talibã para a Propagação da Virtude e Prevenção do Vício (PVPV) disse que “devido à sua propaganda contínua, o PVPV não fornecerá nenhum apoio ou cooperação à UNAMA, que será considerada um lado oposto”.
“Queremos que as organizações internacionais, os países e os indivíduos que criticaram a lei mencionada respeitem os valores religiosos dos muçulmanos e se abstenham de tais críticas e declarações que insultam os valores e santidades islâmicos”, disse o ministério em um comunicado publicado nas redes sociais na quinta-feira.
Na semana passada, o relator especial das Nações Unidas sobre direitos humanos no Afeganistão, Richard Bennett, foi proibido de entrar no país após se juntar a outros especialistas da ONU em uma declaração pedindo à comunidade internacional que “não normalize as autoridades de fato ou suas terríveis violações de direitos humanos”.
A lei de moralidade de 35 artigos do governo Talibã foi publicada no diário oficial em 31 de julho.
Ela impõe regras abrangentes sobre roupas masculinas e participação em orações, bem como proibições de manter fotos de seres vivos, homossexualidade, brigas de animais, tocar música em público e feriados não muçulmanos.