Foto de arquivo de Edmundo Gonzalez Urrutia/Coletado

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Foto de arquivo de Edmundo Gonzalez Urrutia/Coletado

O governo venezuelano informou no sábado que o candidato da oposição Edmundo González Urrutia — que estava escondido após contestar a contestada reeleição do presidente Nicolás Maduro — deixou o país em busca de asilo na Espanha.

“Depois de se refugiar voluntariamente na embaixada espanhola em Caracas há alguns dias, (Gonzalez Urrutia) pediu asilo político ao governo espanhol”, disse o vice-presidente da Venezuela nas redes sociais, acrescentando que Caracas havia concordado com sua passagem segura.

Um advogado de González Urrutia confirmou à AFP que o candidato da oposição havia partido para a Espanha.

A Venezuela está em crise política desde que as autoridades declararam Maduro o vencedor da eleição de 28 de julho. A oposição gritou, alegando ter evidências de que Gonzalez Urrutia havia vencido por uma margem confortável.

Várias nações, incluindo os Estados Unidos, a União Europeia e vários países latino-americanos, se recusaram a reconhecer Maduro como vencedor sem que Caracas divulgasse dados detalhados da votação.

Após a eleição, promotores venezuelanos emitiram um mandado de prisão para Gonzalez Urrutia por sua insistência de que ele era o legítimo vencedor da eleição.

Antes de deixar o país, ele ficou escondido por um mês, ignorando três intimações consecutivas para comparecer perante promotores.

Ele disse que comparecer à audiência poderia ter custado sua liberdade.

A violência pós-eleitoral na Venezuela deixou 27 mortos e 192 feridos, enquanto o governo diz ter prendido cerca de 2.400 pessoas.

Autoridades disseram que Maduro havia vencido a reeleição para um terceiro mandato de seis anos com 52 por cento dos votos. A oposição publicou seus próprios registros de votação, que, segundo ela, mostraram Gonzalez Urrutia vencendo 67 por cento dos votos.

A autoridade eleitoral da Venezuela disse que não pode fornecer um detalhamento completo dos resultados das eleições de 28 de julho, culpando um ataque cibernético aos seus sistemas.

Observadores disseram que não há evidências de tal invasão.

O advogado Joel Garcia, que defendeu figuras da oposição na Venezuela, disse que se Gonzalez Urrutia for acusado de tudo o que o governo o acusou, ele poderá pegar uma pena de prisão de 30 anos.

Antes da eleição, Gonzalez Urrutia era um diplomata aposentado pouco conhecido.

Ele se tornou o candidato presidencial de última hora depois que a principal figura da oposição, Machado, foi proibida de concorrer por instituições estatais vistas como leais a Maduro.

Após a última eleição na Venezuela, em 2018, Maduro foi proclamado vencedor em meio a acusações generalizadas de fraude.

Ele lidera o país rico em petróleo, mas pobre em dinheiro, desde 2013.

Seu mandato, que sofreu com a má gestão econômica interna e sanções internacionais, viu o PIB cair 80% e mais de sete milhões dos 30 milhões de cidadãos do país emigrarem.

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